INTRODUÇÃO
“Não há unidade mais cara do que a que não é capaz de combater com eficiência no momento em que é empregada.”
(Livro Branco de Defesa da Espanha - 2000)
Este trabalho destina-se a estabelecer os fundamentos doutrinários do emprego operacional do Esquadrão de Cavalaria de Selva (Esqd C Sl), orgânico das Brigadas de Infantaria de Selva. Apresenta, ainda, considerações diversas no que se refere à sua estrutura organizacional, ao seu emprego operacional, às suas missões, ao preparo e ao adestramento de seu pessoal e frações.
Alguns aspectos devem ser pensados para que haja uma correta adequação doutrinaria no Esqd C Sl. O primeiro deles é para que serve, ou seja, quais seriam as missões dadas a essa tropa. O segundo é o que se espera, ou seja, o que o Escalão enquadrante necessita dessa tropa, que características deve ter. Por fim, entra o adestramento, a adaptação ao material e o emprego da tropa.
Normalmente, o emprego do Esqd C Sl, no âmbito da Brigada de Infantaria de Selva, caracteriza-se por desenvolver-se à semelhança do emprego dos Esqd C Mec orgânicos da Bda C Bld, Bda Inf Mtz e Bda Inf Bld. A diferença básica reside no seu emprego inserido às Operações na Selva. Sendo assim, o Esqd C Sl pode atuar como elemento de economia de forças, nos eixos terrestres e fluviais, ou ainda, a pé, inserido no combate de resistência como peça de manobra do comando enquadrante.
Nesse contexto, o Esqd C Sl possui três vertentes operacionais básicas, inseridas nas missões constitucionais das Forças Armadas, que requerem adestramentos distintos. São elas:
1 – Defesa Externa;
2 – Op Coor com Agências; e
3 – Operações na Selva
No tocante à Defesa Externa, se espera que cumpra suas missões básicas conforme prescrito na Doutrina Delta, ou seja, atue como Cavalaria no combate regular, cumprindo principalmente as ações comuns às operações básicas (Rec e Seg) e ofereça ao Esc Sup a possibilidade de Economia de Forças em pontos decisivos.
Nas Op Coor com Agências há um espectro grande de missões e atividades que são cumpridas pela Cavalaria, com preferência para as ações móveis com necessidade de uso de grande potência de fogo.
Já nas Operações na Selva, inseridas na Doutrina Gama e no Combate de Resistência, o Esqd C Sl é considerado como força de manobra, entretanto não pode se limitar a cumprir as mesmas missões dos Batalhões de Infantaria de Selva (BIS), devendo buscar oferecer suas características em prol de seu escalão enquadrante.
Em todos os casos, o Esqd C Sl será a principal tropa da Bda Inf Sl que deve buscar e manter o contato com o inimigo, oferecendo dados oportunos e precisos sobre ele, atuando como vanguarda e sendo os olhos e ouvidos da brigada. É a tropa mais capacitada a atuar com a Inteligência de Combate, fornecendo dados sobre o Inimigo e o Terreno.
Dessa forma, o Esqd C Sl deve possuir meios e pessoal que lhe permita flexibilidade de emprego. E ainda, que garanta, às Bda Inf Sl, informações oportunas e eficiência nas ações que demandam o uso das características da Cavalaria, sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.
Respondendo as perguntas base: Como combater? Como equipar? Como organizar? O descrito no parágrafo anterior e o imperativo do FAMES (Flexibilidade, Adaptabilidade, Modularidade, Elasticidade e Sustentabilidade) nortearam esta proposta de adequação doutrinaria do Esqd C Sl.
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